Farinha Lima

O lobista do Jockey

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Empresário faz lobby bilionário na Câmara de SP, denúncias abalam bastidores da Cacau Show e Fórum Esfera termina em alfinetadas, gafes e ironias  |   BNews SP - Divulgação Foto: Imagem gerada por IA
Farinha Lima

por Farinha Lima

Publicado em 11/06/2025, às 07h00



Um famoso empresário paulistano, casado com uma ex-mandatária que já não tem o mesmo peso político na cidade, anda fazendo lobby pesado na Câmara e na Prefeitura de São Paulo para emplacar um projeto bilionário ligado à área nobre do Jockey Club. De casaquinho colado e tênis suíço ON, ele circula oferecendo mundos e fundos em busca de apoio.

O ponto-chave dessa articulação teria sido uma reunião em 2018, no oitavo andar do Palácio Anchieta, com Milton Leite, João Doria, Marconi Perillo e vereadores. O tema: transformar o Jockey em parque público — ideia vendida como “doação”, mas cheia de cláusulas vantajosas para o clube.

Apesar de Jockey e Marconi negarem que a reunião aconteceu, relatos apontam que o projeto foi moldado entre taças, piadas e promessas. O empresário segue circulando na Câmara como quem já conhece bem os atalhos até os gabinetes.

Culto do Cacau

A Cacau Show, gigante do chocolate com sede em Itapevi (SP), está no centro de uma tempestade de denúncias que misturam assédio, perseguição e até rituais à luz de velas. Funcionários da sede relatam práticas místicas conduzidas por Alê Costa, CEO da marca, em salas escuras, com cânticos e exigência de roupas brancas. Já franqueados denunciam retaliações veladas: ao reclamar de cobranças ou mudanças, recebem estoques encalhados ou com validade prestes a expirar.

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O Ministério Público do Trabalho de São Paulo abriu um inquérito para apurar denúncias que incluem gordofobia, homofobia, assédio sexual e moral, e até proibição informal de gravidez entre funcionárias. Há também a “taxa do cacau”, valor extra supostamente cobrado sem previsão contratual. Franqueados afirmam que quem questiona vira alvo — com direito a visitas “surpresa” da diretoria e corte de crédito nas compras.

Tudo isso acontece enquanto a marca investe R$ 2 bilhões na construção de um parque temático no interior paulista. A empresa nega todas as acusações, afirma ter uma ouvidoria independente e prega valores como respeito, ética e diálogo. Mas, nos bastidores, o cheiro de chocolate está sendo encoberto por uma fumaça nada doce.

Esfera em chamas

Apesar de a maioria ter aplaudido, alguns participantes se assustaram com a agressividade do jornalista William Waack contra o presidente Lula na mediação de um dos painéis da 4ª edição do Fórum Esfera, que aconteceu no último final de semana no Guarujá (SP). O evento, promovido pela Esfera Brasil, reúne ministros do governo federal, governadores, empresários e representantes dos Três Poderes para discutir temas como sustentabilidade, infraestrutura, cenário econômico e inovação.

No momento da alfinetada, o tema era a redução de gastos. Um empresário brincou que ele só terminaria o debate quando Lula renunciasse. Outro brincou que “foi o melhor painel do evento, pena que tinha painelistas para atrapalhar a palestra do Waack”.

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Barroso na Esfera

O presidente do STF, Luis Roberto Barroso, arrancou risos da plateia com seus discursos de estadista piadista, uma coisa à là Ronald Reagan. Mas um dos episódios mais hilários envolvendo o ministro ocorreu fora do palco, quando ele foi apresentado ao mâitre encarregado de atendê-lo durante o almoço. “Presidente, este aqui é o Jair, mas neste aqui o senhor pode confiar”, disse um fanfarrão, arrancando gargalhadas. Não foi possível precisar em quem o maître Jair votou nas últimas eleições presidenciais.

Vereador tombado

Durante sessão na Câmara de Capão Bonito (SP), o vereador Clayton Sassá (União) se posicionou contra o processo de tombamento da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, construção com cerca de 150 anos — tudo indica que o parlamentar confundiu o tombamento com um tombamento mesmo, desses de cair no chão, já que afirmou ser “totalmente contrário ao tombamento, ao ‘derrubamento’ dessa igreja”, logo depois de enaltecer sua importância histórica e sugerir que ela vire patrimônio público; só esqueceu de checar que tombar, no caso, significa proteger e não demolir — detalhe básico, mas que passou batido no fervor da defesa do que já estava sendo defendido.

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