Negócios
por Marcela Guimarães
Publicado em 04/12/2025, às 13h22
A disputa pela liderança da internet via satélite em órbita baixa (LEO) começou a ser decisiva. O setor, que até pouco tempo era dominado pela Starlink, do bilionário Elon Musk, agora tem um rival de peso: a nova Amazon LEO.
A competição vai muito além de encher o céu de satélites. Trata-se de quem consegue entregar a melhor experiência ao usuário, garantindo velocidade, estabilidade e preço.
Tanto a Starlink quanto a Amazon LEO operam com satélites em órbitas muito mais baixas do que os tradicionais geoestacionários, a cerca de 550 km de altitude.
Essa proximidade com a Terra é o que garante o grande diferencial desses sistemas, usando latência mínima, ideal para videochamadas, partidas on-line ou qualquer atividade em tempo real.
O projeto da Amazon, antes conhecido como Kuiper, passou anos em desenvolvimento até receber o novo nome, um sinal de que está entrando no mercado para desafiar o posto da SpaceX.
Atualmente, o ponto que realmente separa os dois nomes é o nível de implantação. A Starlink já opera em larga escala, com mais de 6 mil satélites oferecendo conectividade global.
Essa rede melhora a cobertura, por mais que já esteja começando a enfrentar alguns problemas em áreas de grande concentração de usuários.
Do outro lado, a Amazon LEO ainda dá seus primeiros passos. Pouco mais de 100 satélites estão em órbita, dentro de uma constelação planejada de 3.236 unidades.
Mesmo com um número total inferior ao da Starlink, a Amazon precisa cumprir prazos regulatórios rígidos para ativar sua rede dentro do cronograma em jogo.
No campo do hardware, as duas empresas seguiram um caminho parecido, levando três tipos de terminais para públicos distintos. A Starlink já provou, na prática, a eficiência de suas antenas phased array.
A Amazon ainda está em fase de testes, mas promete velocidades mais altas com seus modelos Pro (até 400 Mbps) e Ultra (chegando a 1 Gbps).
A escolha pela órbita baixa também traz o efeito colateral de maior desgaste dos satélites. O problema reduz a vida útil das unidades, exigindo substituições frequentes, ou seja, um processo caro e complexo.
Quem conseguir baratear essa logística terá uma boa vantagem direta sobre o preço final e a qualidade constante do serviço.
Hoje, a Starlink domina o mercado pela sua disponibilidade. O serviço já funciona no mundo inteiro e está presente no Brasil, onde o plano residencial fica em torno de R$ 236 por mês e o kit custa aproximadamente R$ 2,4 mil.
A Amazon ainda não divulgou seus preços, mas a expectativa é que pressione o mercado (principalmente pelo valor do hardware, que pode se tornar um diferencial competitivo), segundo o portal Canaltech.
A operação brasileira da Amazon LEO será comandada pela SKY, enquanto a DIRECTV Latin America cuidará dos demais países da região.
A ativação acontecerá aos poucos, começando pelo sul do continente e avançando conforme mais satélites forem entrando em operação. Sem data oficial, a empresa já confirmou que o serviço chegará ao Brasil em breve.
Por enquanto, a Starlink mantém a vantagem por conta de sua constelação amplamente ativa, entregando latência baixa e cobertura estável.
Mas, calma: a Amazon LEO chega com potencial, principalmente se cumprir a promessa de velocidades de até 1 Gbps e preços favoráveis, podendo rivalizar e até superar a concorrência em desempenho técnico.
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