Polícia
O assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, em 2002, tornou-se um dos crimes mais famosos do país e foi abordado recentemente na série “Tremembé", da Prime Video.
Porém, segundo informações do g1, oito anos antes, em 1994, Santos já havia testemunhado uma história assustadoramente semelhante: Andréia Gomes Pereira do Amaral, então com 20 anos, também matou os pais.
Assim como Suzane, Andréia era estudante de Direito na Universidade Católica de Santos, vinha de família de classe média alta, poupou o irmão mais novo e entregou a execução dos pais ao namorado - coincidências que ainda surpreendem especialistas e evidenciam um crime quase esquecido.
No caso de Andréia, seus pais, Antônio da Silva Amaral e Deolinda Gomes Pereira do Amaral, foram mortos após ela colocar um calmante nas bebidas deles. O namorado, um adolescente de 17 anos, recebeu o sinal da jovem e golpeou o casal várias vezes dentro do próprio triplex da família.
Após o crime, Andréia chegou a procurar a polícia afirmando que o pai havia matado a mãe e fugido, como foi noticiado por jornais locais na época. Um dia antes, ela havia emprestado o carro da família para que o namorado enterrasse os corpos às margens do Rio Casqueiro, em Cubatão (SP).
A farsa caiu em 3 de abril de 1994, quando o adolescente foi apreendido e confessou toda a trama.
A motivação nunca foi totalmente esclarecida. A jovem afirmou à polícia que considerava os pais “ruins” e que “se eles sumissem seria maravilhoso”.
A história guarda semelhanças com o caso Richthofen, inclusive na participação dos namorados e no interesse deles por motos. Ainda assim, o crime de Andréia não ganhou grande repercussão.
Segundo o jornalista Ulisses Campbell, em entrevista ao podcast AchismosTV, fatores como localização, enredo, cobertura midiática e contexto social explicam por que algumas histórias se tornam notórias e outras permanecem invisíveis.
Andréia foi condenada a 25 anos e dois meses, fugiu no benefício de saída temporária e acabou presa novamente por estelionato. O g1 também apurou que ela se casou em 2019 com um ex-namorado envolvido indiretamente no caso.
Suzane e os irmãos Cravinhos foram condenados a penas superiores a 38 anos e hoje cumprem regime aberto.
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