Polícia

Quem são as vítimas do 11 de Setembro identificadas após quase 25 anos?

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Graças a análises genéticas, o número de vítimas reconhecidas oficialmente chega a 1.653 entre as 2.753 que morreram.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução
Fernanda Montanha

por Fernanda Montanha

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Publicado em 11/09/2025, às 07h25



Quase 25 anos depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, três vítimas do atentado ao World Trade Center finalmente foram identificadas em Nova York: um homem e duas mulheres - uma delas não teve sua identidade revelada a pedido da família. O anúncio foi feito pelo prefeito Eric Adams e pelo chefe do serviço legista da cidade, Jason Graham.

Os avanços recentes em análises genésticas permitiram que fragmentos extremamente deteriorados fossem examinados com sucesso. Graças à tecnologia e ao apoio das famílias, histórias puderam emergir novamente das cinzas.

Com essas novas confirmações, o número de vítimas reconhecidas oficialmente chega a 1.653, entre as 2.753 pessoas que morreram naquele dia.

Ryan Fitzgerald

Ryan Fitzgerald tinha apenas 26 anos quando um dos aviões sequestrados atingiu a torre onde trabalhava, no 94º andar. Morava sozinho havia pouco tempo em Manhattan e construía uma vida independente e cheia de planos.

Os extratos do cartão de crédito revelaram esse cotidiano agitado: roupas novas, almoços frequentes no centro, partidas de golfe em Las Vegas, livros do MBA na Dowling College e presentes para a namorada, Darci Spinner.

"Ele gostava de ser reconhecido quando entrava nos lugares", contou a mãe, Diane Parks.

Alto, de olhos azuis marcantes e fã do time de beisebol Yankees, Ryan era operados de câmbio na Fiduciary Trust. Admirava a banda Dave Matthews e encarava a vida com entusiasmo - ainda que, às vezes, gastando mais do que podia. Ignorou os conselhos da mãe e foi à despedida de solteiro de um amigo em Las Vegas.

"Hoje fico feliz por ele ter aproveitado aquele verão, porque foi o último da vida dele", disse Diane.

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Barbara Keating

Também foi identificada Barbara Keating, de 72 anos. Sobrevivente de dois cânceres de mama e viúva havia quase duas décadas, ela voltava para casa na Califórnia após visitar os netos na Costa Leste quando o avião em que estava foi sequestrado.

Dividia a rotina entre Cape Cod e Palm Springs, onde dirigia um conversível vermelho e frequentava a igreja diariamente. Trabalhou por 25 anos no serviço público, sendo dez deles como diretora da Big Brothers Big Sisters de South Middlesec, em Boston.

"Sempre com um sorriso e um martíni com azeitonas extras", lembrou o padre Philip Behan, da paróquia St. Theresa, onde ela atuava como recepcionista.

Mãe de cinco filhos e avó de 12 netos, organizava o ano conforme as visitas à família. Poucos dias antes da viagem, confidenciou a uma amiga que se sentia plenamente feliz com a vida que tinha.

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Um esforço que ainda não acabou

Segundo o Gabinete do Médico Legista-Chefe de Nova York, a identificação das vítimas do 11 de setembro é o maior e mais complexo processo desse tipo na história dos EUA. As novas técnicas de sequenciamento genético possibilitam encontrar traços de DNA até em amostras muito danificadas pelo calor e pelo tempo, segundo O Globo.

Apesar disso, mais de mil vítimas continuam sem identificação formal. O trabalho de análise prossegue, com o objetivo de manter viva a memória das pessoas que morreram e oferecer algum consolo às famílias que ainda aguardam respostas.

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