Polícia
por Marcela Guimarães
Publicado em 04/11/2025, às 17h58
Desde sua estreia, a série “Tremembé”, do Prime Video, vem repercutindo nas redes sociais. A produção traz detalhes das histórias de criminosos que passaram pela penitenciária conhecida por ser a “prisão dos famosos”.
Uma das figuras é Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada Isabella Nardoni, que viveu uma hierarquia no sistema carcerário.
Outra presa influente é Cássia, personagem vivida por Ana Paula Dias e apresentada como uma mulher autoritária e estrategista.
No início, ela entra em conflito com Jatobá, mas, com o passar do tempo, acaba assumindo o papel de protetora da colega. Ao agir como “segurança”, Cássia garante a estabilidade de ambas dentro da prisão.
O poder de Cássia vai além da força. Sua personalidade conta com manipulação, leitura do ambiente e a capacidade de usar o medo como sua principal ferramenta.
Por mais que a série não revele explicitamente a identidade que inspirou Cássia, há fortes indícios de que ela tenha sido baseada em Regina Aparecida Costa, uma das presas mais conhecidas de Tremembé.
Condenada a 20 anos de prisão, Regina foi acusada de explorar sexualmente a própria filha, que na época tinha 11 anos, no município de Monte Aprazível (SP).
De acordo com trechos do livro “Tremembé”, do jornalista Ullisses Campbell, Regina obrigava a filha a manter relações sexuais com homens adultos dentro da própria casa.
O primeiro desses abusos teria sido cometido pelo namorado dela, o pedreiro Marco Marques de Souza, conhecido pelo apelido “Trem”.
A mãe, segundo o processo, recebia cerca de R$ 50 a cada encontro da criança com o homem. Com o tempo, Regina passou a “agenciar” a filha para outros homens da região.
Durante o período da colheita da cana-de-açúcar, um grupo de colonos contratados para trabalhar nas lavouras chegou à cidade. Com tal situação, a mulher teria levado a criança até o local para que mantivesse relações com eles.
Foi nesse momento que a menina conseguiu escapar e procurar ajuda, denunciando a mãe ao Conselho Tutelar. Os laudos confirmaram os abusos e as condições de exploração.
No julgamento, Regina tentou justificar o crime afirmando que vivia em extrema pobreza, o que não sensibilizou o tribunal.
Regina Aparecida Costa e Marco Marques de Souza foram condenados pelos crimes de estupro de vulnerável, concurso de pessoas e crime continuado com agravante por envolver uma criança.
Classificação Indicativa: Livre