Política
por Camila Lutfi
Publicado em 04/08/2025, às 19h52
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta segunda-feira (4), a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). Com isso, ele se torna o 4º ex-presidente a ser preso após a redemocratização do Brasil, em 1985.
Moraes justificou a decisão afirmando que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares impostas ainda em julho, quando foi determinado que ele deveria utilizar tornozeleira eletrônica, além de estar proibido de utilizar suas redes sociais e de seus filhos.
"Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus três filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos, com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio, ostensivo, à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro", escreveu o minsitro.
No último domingo (3), durante atos de apoio arealizados em todo o país, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou um vídeo em suas redes sociais com a manifestação do ex-presidente.
Acusado de coordenar uma tentativa de golpe de Estado e obstrução de justiça, que culminou nos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro entra em uma lista seleta de ex-presidentes presos investigados por corrupção e abuso de poder.
Na lista, há Michel Temer (MDB), Fernando Collor de Mello e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do Poder 360.
É importante destacar que a lista se refere aos ex-presidentes detidos após a redemocratização do País, que aconteceu em 1985, após o período da Ditadura Militar.
Em 2018, o atual presidente foi condenado em 2ª instância em um dos processos da Operação Lava Jato, pelo caso do triplex do Guarujá.
A sentença era de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele ficou 580 dias preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR), e foi solto em novembro de 2019.
O motivo de sua saída da prisão foi uma mudança no entendimento do STF sobre encarceramentos após condenações em 2ª instância. Dessa forma, o cumprimento da pena seria realizado quando não houvesse mais possibilidade de recurso contra as acusações.
Michel Temer, que ocupou o cargo de presidência após o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT), foi preso preventivamente em 2019.
Ele era acusado de liderar um esquema de corrupção no caso conhecido como “Descontaminação”, que envolvia contratos da Eletronuclear.
Ficou quatro dias preso e foi liberado após pedido de habeas corpus — ação judicial para garantir o direito de ir e vir —, concedido pelo STF. Apesar de ter sido preso novamente por mais cinco dias pouco tempo depois, hoje ele responde aos processos em liberdade.
Recentemente, em maio de 2023, Fernando Collor de Mello foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em esquema ligado à BR Distribuidora.
Vale lembrar que ele renunciou à presidência em 1992, em meio a um processo de impeachment por corrupção.
A decisão judicial prendeu Collor em Maceió, mas em maio deste ano ele conseguiu converter a pena para a prisão domiciliar.
*Com informações da Agência Brasil e Poder 360
Classificação Indicativa: Livre