Política

BRICS cria plataforma parecida com o Pix para ‘fugir’ do dólar; entenda

Foto: Ricardo Stuckert/PR via Fotos Públicas
Projeto é considerado um dos mais ambiciosos do BRICS para aumentar sua presença no comércio global e ficar menos dependente do dólar  |   BNews SP - Divulgação Foto: Ricardo Stuckert/PR via Fotos Públicas
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 15/08/2025, às 18h16



O BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acelera a chegada de uma plataforma própria de liquidação financeira, o BRICS Pay, com o objetivo de diminuir a dependência do dólar nas transações internacionais.

A ideia é considerada uma das mais ambiciosas do grupo para aumentar sua presença no comércio global e ficar menos focada no meio ocidental.

O que é o BRICS Pay?

BRICS Pay
Foto: Divulgação/BRICS Pay

O sistema funcionará como uma rede de mensagens e liquidação descentralizada, ligando bancos centrais e instituições financeiras dos países membros.

Com ele, será possível realizar pagamentos diretamente nas moedas locais (como real, yuan, rúpia, rublo e rand) sem necessidade de conversão para dólar ou euro.

Inspirado em modelos já utilizados por China e Rússia, o BRICS Pay não pretende criar uma moeda única, mas sim facilitar o uso integrado das moedas nacionais, tornando exportações e importações mais práticas.

Por que diminuir a dependência do dólar?

Desde a Segunda Guerra Mundial, o dólar ficou estabelecido como principal moeda do mundo, presente em cerca de 84% das transações globais.

Isso garante aos Estados Unidos vantagens estratégicas e poder de aplicar sanções financeiras, incluindo a exclusão de países do sistema SWIFT.

Para o BRICS, essa dependência representa risco econômico e político. Além disso, a conversão cambial para o dólar deixa operações mais caras e diminui a competitividade de exportações, principalmente em períodos de instabilidade.

Avanços e adesões

Na cúpula de julho de 2025, os líderes do bloco reafirmaram a meta de acelerar o projeto. China e Rússia, que já possuem sistemas próprios alternativos ao SWIFT, ficam na frente dos testes iniciais.

O Brasil confirmou interesse, focando na expansão de exportações agrícolas e energéticas.

Novos membros, como Egito e Emirados Árabes Unidos, também devem entrar na plataforma, aumentando a rede sem passar pela moeda estadunidense.

Desafios pela frente

Os obstáculos apontados por especialistas incluem a necessidade de infraestrutura tecnológica segura e veloz e possíveis pressões geopolíticas dos Estados Unidos e da União Europeia.

Caso dê certo, o BRICS Pay pode se tornar a maior mudança no comércio internacional desde o euro, movimentando centenas de bilhões de dólares até 2030, e o melhor: sem usar a moeda estadunidense.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp