Política

Moraes determina reforço policial na casa de Bolsonaro em Brasília

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STF determina policiamento na área externa da casa de Jair Bolsonaro. Decisão ocorre diante de risco de fuga e proximidade de julgamento no Supremo.  |   BNews SP - Divulgação Reprodução/ Instagram
Gabriela Teodoro Cruz

por Gabriela Teodoro Cruz

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Publicado em 27/08/2025, às 12h05



O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que equipes da Polícia Penal do Distrito Federal passem a monitorar, em tempo real, a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. Desde o dia 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação judicial.

Pedido da PF e manifestação da PGR

A decisão atende a solicitações do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e contou com manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). O objetivo é reforçar o controle sobre o ex-presidente, em meio a preocupações de fuga.

Em ofício enviado ao Supremo, a PF relatou informações sobre um “risco concreto” de Bolsonaro tentar se refugiar em embaixadas estrangeiras, especialmente a dos Estados Unidos, para em seguida pedir asilo político. Também foi encontrado pela polícia um rascunho de pedido de refúgio direcionado ao presidente argentino Javier Milei.

Condições do monitoramento

O despacho de Moraes definiu parâmetros para a atuação policial:

  • vigilância em tempo real, sem exposição indevida;

  • proibição de medidas intrusivas na residência;

  • respeito à vizinhança, evitando constrangimentos;

  • liberdade para o uso ou não de uniforme e armamento, a critério da polícia.

Debate sobre presença dentro da residência

A Polícia Federal também defendeu que uma equipe permanecesse dentro da casa de Bolsonaro 24 horas por dia, alegando que a tornozeleira eletrônica não garante segurança absoluta, já que depende de sinal telefônico. A PGR, no entanto, sugeriu apenas policiamento ostensivo no entorno.

Moraes encaminhou o pedido da PF para nova avaliação da Procuradoria, antes de tomar decisão final sobre a entrada permanente de agentes na residência.

Defesa de Bolsonaro reage

A defesa do ex-presidente classificou as medidas como um “constrangimento desnecessário”. Já sua esposa, Michelle Bolsonaro, afirmou que a decisão representa uma “humilhação”.

O reforço de segurança ocorre às vésperas do julgamento no STF do chamado núcleo 1 da ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, processo em que Bolsonaro é réu e apontado como líder da organização investigada.

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