Política

Projeto quer criar "intervalos bíblicos" em escolas de São Paulo; entenda

Governador quer incluir estudo bíblico em escolas. - (Reprodução: Pexels)
Proposta sugere espaço opcional para leitura da Bíblia durante o horário escolar, gerando debate sobre liberdade religiosa.  |   BNews SP - Divulgação Governador quer incluir estudo bíblico em escolas. - (Reprodução: Pexels)

Publicado em 05/05/2025, às 11h31   Giovana Sedano



O vereador Lucas Pavanato (PL), conhecido por ser aliado de Bolsonaro, apresentou no dia 29 de maio um projeto de lei que propõe a criação de "intervalos bíblicos" nas escolas públicas e privadas da cidade de São Paulo. A medida pretende reservar um momento durante o período escolar para a leitura voluntária das escrituras sagradas.

Prática religiosa será opcional

Segundo o texto, os intervalos seriam destinados exclusivamente aos alunos interessados, com participação completamente facultativa. A proposta deixa claro que ninguém será obrigado a participar, preservando a liberdade individual de crença e o direito à não adesão. Pavanato afirma que a iniciativa visa promover o acesso à prática religiosa sem impor obrigações.

O projeto determina que cada escola, em parceria com sua administração, defina os melhores horários para a realização dos intervalos. A ideia é que a prática seja incorporada sem atrapalhar o andamento normal das aulas ou prejudicar o planejamento pedagógico das instituições.

Base constitucional e trâmite legislativo

Para justificar a proposta, o vereador cita o artigo 5º da Constituição Federal, que garante a liberdade de consciência e de crença, bem como o livre exercício de cultos religiosos. Ele defende que oferecer esse espaço nas escolas é uma forma de respeitar e valorizar a pluralidade religiosa dos alunos.

Pavanato argumenta que o ambiente escolar deve contemplar não apenas o desenvolvimento acadêmico, mas também o espiritual, desde que isso ocorra de maneira voluntária e sem imposições. 

Antes de ir à votação no plenário da Câmara Municipal, o projeto será analisado. Essa etapa serve para avaliar a constitucionalidade da medida, verificando se ela respeita os princípios legais e educacionais em vigor. 

A proposta já gera discussões sobre laicidade, liberdade religiosa e o papel da escola pública em um país diverso como o Brasil. Especialistas e representantes da sociedade civil expressam preocupações quanto à possibilidade de favorecimento de uma religião específica em detrimento de outras.

Classificação Indicativa: Livre

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