Política
por Marcela Guimarães
Publicado em 26/11/2025, às 22h30
Nesta quarta-feira (26), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) assinou o Termo de Compromisso com o Instituto Butantan, passo essencial para acompanhar os estudos e o monitoramento da Butantan-DV, a vacina brasileira contra a dengue.
Foi relatado ao jornal O Globo que o registro ainda não está oficialmente aprovado, por mais que a expectativa seja que a decisão já seja tomada nos próximos dias.
Os dados completos dos ensaios clínicos, publicados no ano passado na New England Journal of Medicine (NEJM), mostraram que a Butantan-DV apresentou eficácia geral de 79,6% em dose única após dois anos de acompanhamento.
Uma análise detalhada indicou níveis de proteção de 89,5% contra o DENV-1 e de 69,6% contra o DENV-2, ou seja, justamente os sorotipos mais comuns no Brasil.
O grande diferencial da vacina é a aplicação em dose única, ao contrário de outras alternativas já disponíveis.
Ela reúne versões atenuadas (enfraquecidas) dos quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), estimulando o organismo a produzir anticorpos de forma segura e com baixas taxas de reações adversas.
O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallas, também afirmou recentemente ao jornal O Globo que a instituição já conta com mais de um milhão de doses prontas da nova vacina.
“Só poderemos sentar com o Ministério da Saúde para começar a falar em contratos, volumes, distribuição, entregas [de doses] depois do licenciamento da Anvisa porque, a rigor, a gente não tem um produto antes da aprovação”, explicou o responsável.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a QDenga, vacina produzida pela biofarmacêutica Takeda. Ela exige duas doses, aplicadas com intervalo de 90 dias.
A QDenga recebeu aprovação da Anvisa em março de 2023 para uso em pessoas de 4 a 60 anos, independentemente de infecção prévia pelo vírus da dengue.
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