Onde está Chris DiCesare, o homem por trás da história de “Medo Real”?

A série “Medo Real”, disponível na Netflix, aborda histórias de assombrações inspiradas em relatos verídicos.

Os três primeiros episódios revivem o caso do Eerie Hall, dormitório do Colégio Geneseo, em Nova York, onde o estudante Chris DiCesare viveu, em 1984, uma das experiências paranormais mais conhecidas dos Estados Unidos.

Sobre o estudante

Chris chegou ao campus em 3 de setembro de 1984, deixado pelo pai, Vito DiCesare. Atleta e sonhador, rapidamente fez amizade com Craig Norris, Linda Kalasinski, Jeff Ungar e Paul.

A rotina universitária parecia normal até que, poucos dias depois, algo estranho começou. Uma voz o chamava pelo nome em meio ao silêncio do quarto.

O desconforto virou pavor quando Chris presenciou uma forma sombria diante de si. Naquele momento, ele correu em desespero para o quarto do amigo Jeff.

Ao longo das semanas, os episódios foram piorando. O fenômeno chamou atenção até de Ed e Lorraine Warren, investigadores paranormais que inspiraram os filmes da franquia “Invocação do Mal”.

Lorraine, ao conhecer Chris, evitou até apertar sua mão, o que aumentou as dúvidas se aquilo seria algo sobrenatural ou um colapso psicológico.

Essas suspeitas caíram por terra quando Paul, colega de quarto de Chris, também afirmou ter visto a entidade.

“Garoto Fantasma” de Geneseo

Após o susto, Paul abandonou o dormitório, mas Chris continuou, tentando não preocupar o pai. Jeff, curioso, passou a registrar o fenômeno com sua câmera e chegou a captar uma figura esquelética nas fotos.

Apesar do pedido de sigilo, ele acabou comentando com outros estudantes e Chris ganhou o apelido de “Ghost Boy”. O rótulo o abalou profundamente, afetando sua saúde mental e desempenho acadêmico.

O espírito, batizado por Chris como Tommy, ficou cada vez mais agressivo. O jovem buscou ajuda espiritual com o padre Charles Manning, que realizou um ritual simples de purificação.

Por pouco tempo, as manifestações diminuíram, mas logo voltaram. Em uma das ocasiões, Chris acordou com marcas nas costas, confirmadas por Jeff como “impossíveis de terem sido autoinfligidas”.

A partir daí, os dois começaram a investigar a origem da entidade. Durante uma corrida matinal, Chris e o pai encontraram uma placa em homenagem a Parker Boyd, soldado morto durante a Guerra Revolucionária Americana.

Pesquisando mais, descobriram que Thomas Boyd, o “Tommy” das visões, havia sido torturado e morto nas proximidades, em um local conhecido como Árvore da Tortura. Chris acreditou que o espírito buscava paz e, ao confrontá-lo, pediu que partisse. Assim, as assombrações acabaram.

Trauma e sucesso

Anos depois, a madrasta de Chris encontrou um diário de 1779, escrito por Adam Hubley, ancestral da família DiCesare, que relatava o encontro com o corpo de Thomas Boyd, uma conexão inesperada que provou o vínculo espiritual entre eles.

Hoje, Chris DiCesare transformou sua história em um tipo de legado. Ele participa de documentários, palestras e produções como “Please Talk With Me”, além de séries do SYFY e Travel Channel.

Em suas redes sociais, se apresenta como “Ghost Boy of Geneseo”. Mora em New Windsor, Nova York, é pai de dois filhos e possui mestrado em Estudos Sociais pela Walden University, com especialização em Educação Especial pela Manhattanville University.

Em publicações recentes, Chris afirmou que a série da Netflix “mudará sua vida” e, de certa forma, está revivendo o episódio que o marcou para sempre.

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