Política

Cidade do interior paulista está no top 3 do estado em mortes por câncer; entenda

Ministério da Saúde aponta Araras como a terceira cidade paulista com mais óbitos por câncer, revelando tendência nacional de crescimento acelerado da doença.  |  Foto: Freepik

Publicado em 27/11/2025, às 10h27   Foto: Freepik   Érica Sena

Araras, município de cerca de 130 mil habitantes no interior de São Paulo, passou a ocupar uma posição alarmante no mapa estadual da saúde. Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, a cidade registrou 221 mortes por câncer entre 1998 e 2023, ficando atrás apenas de Piracicaba (685) e Jaú (241).

O volume coloca o câncer como a principal causa de morte no município, superando doenças cardiovasculares, cenário que se repete em 670 cidades brasileiras.

Entre os tipos mais letais, o câncer de pulmão se destaca, com 25 óbitos em Araras. O avanço acompanha a tendência nacional: em 25 anos, o país viu um aumento de 120% nas mortes por câncer, indicando que o problema deixou de ser pontual e assumiu caráter estrutural, como citado pelo G1.

Histórias que revelam a urgência do tema

O impacto desses números se reflete em trajetórias pessoais como a da aposentada Daiane Narcisa da Cruz, diagnosticada com câncer de pulmão. Ela conta que a notícia foi um choque, especialmente por nunca ter fumado. “Tive medo de reviver a história da minha mãe, que faleceu pelo mesmo motivo. Cheguei a me despedir da família. Mas entendi que existe tratamento e resolvi lutar”, relatou.

Por que os casos estão aumentando?

De acordo com a oncologista Patrícia Bottamedi Ratto, não há uma única explicação para o avanço da doença. O cenário resulta de uma combinação de fatores: predisposição genética, tabagismo, consumo de álcool, obesidade, sedentarismo e alimentação rica em ultraprocessados.

A especialista alerta que a projeção para os próximos anos não é otimista. “As doenças cardiovasculares ainda lideram globalmente, mas estamos diante de uma curva que pode se inverter. Sem políticas públicas robustas, o câncer tende a se tornar a principal causa de morte no mundo até 2030”, afirmou.

Ela reforça que medidas individuais continuam essenciais: manter hábitos saudáveis, evitar álcool e cigarro, praticar exercícios e, sobretudo, investir no diagnóstico precoce.

Classificação Indicativa: Livre


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