Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 25/06/2025, às 17h10
Um simples exame de sangue pode revolucionar o diagnóstico de câncer ao identificar a doença até três anos antes do surgimento de qualquer sintoma.
Essa é a conclusão de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Cancer Discovery.
A pesquisa focou na análise do material genético tumoral, fragmentos de DNA liberados por células cancerígenas que circulam no sangue.
A técnica conhecida como MCED (sigla em inglês para “Detecção Precoce de Múltiplos Cânceres”) utiliza sequenciamento genético de alta precisão para identificar mutações relacionadas a diversos tipos de câncer mesmo antes de sinais clínicos.
O estudo também usou amostras de sangue de um banco de dados populacional americano chamado ARIC (sigla em inglês para “Risco de Aterosclerose em Comunidades”), inicialmente voltado para o monitoramento de doenças cardiovasculares.
Foram analisados 52 participantes: 26 que desenvolveram câncer nos seis meses seguintes à coleta da amostra e 26 que ficaram saudáveis.
Entre os pacientes que foram diagnosticados com câncer, os pesquisadores encontraram mutações relacionadas à doença em oito deles meses antes do diagnóstico clínico.
Em quatro casos, essas alterações genéticas já estavam presentes em amostras coletadas mais de três anos antes, o que indica um grande potencial de detecção precoce.
É importante destacar que o teste ainda não é capaz de revelar o órgão afetado, sendo necessário realizar exames complementares após um resultado positivo. Mesmo assim, a descoberta ainda representa um grande avanço.
Atualmente, muitos cânceres só são diagnosticados em estágios avançados, quando os sintomas surgem e as chances de cura caem. Descobrir antes, além de salvar vidas, pode reduzir (e muito) os custos de tratamento para os sistemas de saúde.
Por outro lado, os cientistas dizem que ainda são necessários mais estudos para entregar protocolos clínicos claros sobre o que fazer com o recebimento de um resultado positivo, principalmente em pacientes assintomáticos.
O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH), fundações privadas e centros de pesquisa como o Ludwig Center da própria Johns Hopkins. A próxima etapa será testar a eficácia do exame em uma escala maior e avaliar sua utilidade de forma mais profunda.
Se os resultados forem confirmados, esse tipo de teste poderá mudar radicalmente a forma como o câncer é diagnosticado e tratado, aumentando as chances de cura.
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