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Mar recua no litoral de São Paulo; fenômeno deve seguir nos próximos meses

Interação entre ventos, lua e sol explica marés negativas que chamam atenção em Santos, Praia Grande e São Vicente.  |  Foto: Reprodução/Paula Ribeiro/Arquivo Pessoal

Publicado em 01/12/2025, às 16h56   Foto: Reprodução/Paula Ribeiro/Arquivo Pessoal   Érica Sena

O recuo do mar voltou a chamar atenção no litoral de São Paulo, especialmente em Santos, Praia Grande e São Vicente. As faixas de areia mais extensas e áreas normalmente submersas expostas se tornaram cenas frequentes ao longo do ano, despertando dúvidas entre moradores: o fenômeno continuará em dezembro e no verão?

Fenômeno não tem estação definida

Especialistas afirmam que o comportamento não está ligado a uma estação específica. De acordo com Franco Cassol, meteorologista da Defesa Civil de Santos, episódios como esse tendem a ocorrer durante marés de sizígia, nas fases de lua cheia e nova, quando o alinhamento entre Lua e Sol altera a amplitude das marés.

A intensidade e a direção dos ventos também influenciam diretamente no recuo mais acentuado, como citado pelo site A Tribuna.

A oceanógrafa Regina Souza Ferreira e a coordenadora Alexandra Sampaio, ambas do Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas, reforçam que o fenômeno resulta da soma entre maré astronômica e maré meteorológica.

Elas destacam que, em 2025, o nível do mar na região já ficou abaixo do zero náutico em 78 dias. A menor marca do ano aconteceu em 9 de setembro, com -0,47 m registrados na Baía de Santos.

Impacto na navegação e curiosidade nas praias

O “zero” usado como referência é definido pela Marinha e serve de base para medir profundidades. Quando a maré fica abaixo desse nível, surgem as chamadas marés negativas.

O fenômeno pode representar risco para a navegação, já que reduz a profundidade real em áreas rasas. Para banhistas, o efeito mais visível é o avanço da areia e o aparecimento de recifes e estruturas cobertas.

O biólogo Eric Comin lembra que o recuo pode acontecer em qualquer época e recomenda a consulta às tábuas de marés, divulgadas pela Marinha. Elas ajudam a prever horários e alturas das marés, úteis para pescadores, turistas e atividades náuticas.

Orientação das autoridades

Segundo Daniel Onias, diretor da Defesa Civil de Santos, o recuo raramente oferece riscos. A atenção maior fica na região do Canal 5, onde podem surgir destroços do navio inglês Kestrel. Fora isso, o especialista reforça que o fenômeno não tem relação com tsunamis, ao contrário do que alguns imaginam.

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