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Publicado em 02/06/2025, às 16h25 Giovana Sedano
Enquanto grande parte do mundo celebrará a chegada de 2026 no dia 31 de dezembro, os etíopes estarão se preparando para dar as boas-vindas ao ano de 2018, e isso só acontecerá em setembro.
Isso porque a Etiópia segue o calendário Ge’ez, um sistema de contagem do tempo com raízes religiosas e culturais profundas, muito diferente do calendário gregoriano usado no Ocidente.
A diferença entre os calendários começa com o marco inicial: o nascimento de Jesus Cristo. No calendário etíope, esse evento aconteceu sete a oito anos mais tarde do que o estimado pelo calendário gregoriano. Essa divergência criou um “atraso” que se mantém até hoje. A Etiópia também conta os anos de forma mais conservadora, sem ter adotado as reformas que ajustaram o calendário gregoriano ao longo dos séculos.
Outra característica única do calendário etíope é sua estrutura mensal. O ano é composto por 12 meses de 30 dias, seguidos por um 13º mês chamado “Pagumē”, que tem cinco dias, ou seis, nos anos bissextos. Essa organização garante que o calendário siga um ritmo solar preciso, mesmo que diferente do sistema adotado por grande parte do mundo.
As datas comemorativas também seguem outro ritmo. O Natal, por exemplo, é celebrado em 7 de janeiro. O Ano Novo etíope acontece em 11 ou 12 de setembro, quando o país entra na estação das flores e das colheitas, marcando o fim da estação chuvosa.
A permanência do calendário Ge’ez é um reflexo da identidade cultural etíope. Trata-se de um país que nunca foi colonizado, com forte presença da Igreja Ortodoxa e um desejo claro de manter vivas suas tradições ancestrais.
Para os etíopes, o tempo é contado de forma própria, e cada data tem significados locais e espirituais específicos. Conhecer esse calendário é também conhecer uma visão diferente de mundo.
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