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Foto: Reprodução/Instagram
por Marcela Guimarães
Publicado em 13/08/2025, às 15h52
A cantora Madonna, que foi excomungada três vezes desde 1989 por performances e declarações que provocaram o Vaticano, fez um pedido público e direto ao Papa Leão XIV, da Igreja Católica.
Ela pediu para que ele visite a Faixa de Gaza com a intenção de levar “luz às crianças antes que seja tarde demais”.
O apelo foi publicado no Instagram na última segunda-feira (11), data do aniversário de seu filho Rocco.
“Santíssimo Padre. Por favor, vá a Gaza e leve sua luz às crianças antes que seja tarde demais. Como mãe, não suporto ver o sofrimento delas. As crianças do mundo pertencem a todos. O Senhor é o único de nós a quem não se pode negar a entrada”, escreveu Madonna.
Criada na fé católica romana, a rainha do pop explicou que não acredita que acordos políticos resolveriam a crise. “A política não pode mudar nada, mas a consciência pode”.
Madonna afirmou que o melhor presente para o filho naquele dia seria “pedir a todos que façam o que puderem para ajudar a salvar as crianças inocentes atingidas pelo fogo cruzado em Gaza”.
Ela pontuou que seu posicionamento não tem intenção de “apontar dedos, colocar culpas ou tomar partido” no conflito, reconhecendo que todos estão sofrendo, inclusive as mães dos reféns.
“Os portões humanitários precisam ser totalmente abertos para salvar crianças inocentes. Não há mais tempo. Por favor, diga que você irá”, escreveu a cantora.
Os números mostram a gravidade da situação. De acordo com a OMS, o bloqueio israelense à entrada de ajuda humanitária provocou “fome em massa” classificada como “provocada pelo homem”.
A Unicef aponta que mais de 18 mil crianças foram mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023, ou seja, uma média de 28 por dia.
O Ministério da Saúde contabiliza pelo menos 222 mortes por desnutrição, incluindo 101 crianças.
Eleito em maio de 2025, o Papa Leão XIV vem adotando um discurso firme contra a guerra entre Israel e Hamas desde o início de seu pontificado.
Em julho, afirmou acompanhar “com grande preocupação a terrível situação humanitária em Gaza, onde a população civil sofre de fome severa e continua exposta à violência e à morte”.
Ele, que sucedeu Francisco, é o primeiro pontífice da história com cidadania estadunidense e peruana e já provou que tem contato com temas sociais e humanitários.
Até o momento, o Vaticano não respondeu oficialmente ao pedido de Madonna.
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Madonna tem um histórico de confrontos com o Vaticano. A primeira excomunhão ocorreu em 1989, com o lançamento de “Like a Prayer”, quando a cantora beijava um ator negro representando Jesus e surgia diante de cruzes em chamas, criticando o Ku Klux Klan.
A segunda veio em 1990, na turnê “Blond Ambition”, quando simulou masturbação e exorcismo no palco enquanto cantava sobre um altar.
O então Papa João Paulo II chegou a pedir boicote aos shows na Itália, chamando o espetáculo de “circo do diabo”.
A terceira excomunhão ocorreu em 2006, durante a “Confessions Tour”, quando Madonna se apresentou pendurada em uma cruz espelhada, usando coroa de espinhos e exibindo imagens de crianças famintas na África.
Em 2022, ela enviou um recado ao Papa Francisco pedindo um encontro e afirmando ser “uma boa católica”, questionando se suas excomunhões eram justas.
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