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Um estudo inovador liderado por cientistas de diferentes partes do mundo utilizou inteligência artificial, modelagem estatística e análise linguística para investigar a origem dos textos que compõem a Bíblia Hebraica. A pesquisa foi publicada na última terça-feira (3) na revista científica PLOS One.
Sob coordenação da professora Shira Faigenbaum-Golovin, da Universidade Duke, nos Estados Unidos, a equipe analisou padrões sutis no uso de palavras e na estrutura das frases nos nove primeiros livros do Antigo Testamento, conhecidos como Eneateuco. A ferramenta baseada em IA identificou três estilos distintos de escrita, sugerindo a existência de diferentes tradições de escribas.
A inspiração para esse projeto surgiu de um estudo anterior, conduzido por Faigenbaum-Golovin em 2010 com o arqueólogo Israel Finkelstein. Na época, eles aplicaram métodos estatísticos à análise de inscrições em fragmentos de cerâmica datados de 600 a.C. A pesquisa os levou a considerar a possibilidade de aplicar técnicas similares a textos bíblicos.
O grupo de cientistas enfrentou desafios para encontrar trechos que mantivessem o texto original preservado. Com muitos trechos sendo curtos demais, criaram um modelo próprio para analisar a recorrência e combinação de palavras nos capítulos. O algoritmo foi testado com 50 capítulos já atribuídos por especialistas a determinados estilos, antes de ser aplicado a seções com autoria incerta.
Entre as descobertas, os estudiosos concluíram que o livro de 1º Samuel não se encaixa claramente em nenhum dos estilos identificados, enquanto 2º Samuel se aproxima da tradição de escrita da chamada "História Deuteronomista". A equipe agora pretende usar essa abordagem para examinar outros manuscritos antigos, como os do Mar Morto.
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