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Meta avalia cobrar para compartilhar links no Facebook; entenda o teste

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Em teste nos EUA e no Reino Unido, o Facebook quer limitar o número de links em posts e liberar mais publicações apenas para usuários com assinatura  |   BNews SP - Divulgação Foto: Unsplash
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 18/12/2025, às 15h57 - Atualizado às 15h59



O Facebook está testando impor um limite para o número de links que alguns usuários podem compartilhar em publicações. A medida, ainda restrita, foi identificada por usuários do Reino Unido e dos Estados Unidos.

Links só com assinatura?

As notificações informam que, sem uma assinatura mensal que começa em 9,99 libras (cerca de R$ 73,68), o usuário só poderá publicar uma quantidade limitada de links.

A Meta afirmou que a ideia se trata de “um teste limitado” para avaliar se permitir mais posts com links gera valor adicional para assinantes.

Além do selo azul

Para o especialista em redes sociais Matt Navarra, a iniciativa indica uma estratégia de monetização da empresa. Segundo ele, a proposta vai além da verificação de contas.

“Isso não é exatamente sobre verificação, mas sobre empacotar recursos essenciais de sobrevivência atrás de uma assinatura”, afirmou à BBC.

Conteúdo vira produto

O Meta Verified já oferece selo azul e suporte ampliado no Facebook e no Instagram. Agora, segundo Navarra, a empresa também busca colocar preço na distribuição de conteúdo e até na “capacidade básica de levar pessoas para outros lugares da internet”.

Matt foi um dos notificados sobre o teste. A medida, que começou a funcionar na última terça-feira (16), fez com que ele só pudesse compartilhar dois links por mês em posts no Facebook.

“Se você é criador ou empresa, a mensagem é clara: se o Facebook faz parte da sua estratégia de crescimento ou tráfego, esse acesso agora tem um custo”, disse.

Facebook no celular
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Tendência nas grandes plataformas

Assim como o Facebook, outras redes sociais estão estimulando usuários a usarem modelos pagos para desbloquear recursos. No LinkedIn, por exemplo, a verificação também passou a oferecer algumas vantagens adicionais.

Após comprar o Twitter em 2022, Elon Musk reformulou o sistema de verificação da plataforma, hoje chamada X, reservando o selo azul a usuários pagantes e priorizando suas publicações nos feeds.

A mudança gerou polêmica e rendeu uma multa de 120 milhões de euros (cerca de R$ 776,2 milhões) à empresa. Apesar das críticas, a Meta lançou um modelo parecido pouco tempo depois.

A empresa de Mark Zuckerberg também anunciou a chegada de um sistema de “notas da comunidade”, inspirado no X, após reduzir equipes de moderação e checagem de fatos.

Ao site TechCrunch, o Facebook confirmou que o teste de limitação de links afeta usuários que usam a rede de forma profissional e também as páginas, ou seja, ferramentas muito usadas por criadores e empresas para divulgar conteúdo e acompanhar métricas.

Alerta para quem depende da plataforma

Para Navarra, a mudança revela uma realidade complicada para criadores digitais. “O Facebook deixou de ser um motor confiável de tráfego e a Meta está empurrando a plataforma para longe de quem tenta usá-la com esse objetivo”, afirmou.

Segundo ele, o teste também deixa claro que a empresa prioriza seus próprios interesses. “Depender excessivamente da boa vontade de uma única plataforma sempre foi um risco, e testes como esse deixam isso evidente”.

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