Política
por Marcela Guimarães
Publicado em 10/12/2025, às 18h00
A cinebiografia de Jair Bolsonaro segue bombando em São Paulo. Outro ponto que virou assunto é quem (e o que) está por trás do projeto.
O filme “Dark Horse” é produzido pela Go Up Entertainment, empresa em que Karina Ferreira da Gama aparece como única sócia.
Nos documentos obtidos pela agência Intercept Brasil, o nome dela também surge como produtora executiva da obra, filmada em inglês e vendida como uma superprodução com equipe dos Estados Unidos.
No ano passado, ela comandou um contrato para levar internet Wi-Fi a comunidades de baixa renda da capital paulista. O acordo, firmado pela ONG Instituto Conhecer Brasil, da qual ela é presidente com a gestão de Ricardo Nunes (MDB), previa 5 mil pontos de conexão espalhados pela cidade.
Ainda assim, a prefeitura autorizou o repasse de mais de R$ 100 milhões mesmo com apenas 3.200 instalações realizadas, boa parte delas justamente durante o período eleitoral de 2024.
Dos valores pagos, R$ 26 milhões foram liberados sem que o serviço tivesse sido entregue de forma integral. Curiosamente, nem Wi-Fi nem grandes produções cinematográficas faziam parte da experiência prévia de Karina.
Mesmo assim, em julho de 2024, sua ONG foi a única entidade a apresentar proposta na licitação que resultou no contrato milionário com a prefeitura, o que abriu caminho para que continuasse recebendo dinheiro ao longo do ano.
A mulher também mantém uma terceira frente. Em 2024, a ONG Academia Nacional de Cultura (ANC), outro CNPJ vinculado a ela, arrecadou R$ 2,6 milhões em Pix enviados por deputados bolsonaristas do PL, como Alexandre Ramagem, Carla Zambelli, Bia Kicis e Marcos Pollon, além de uma contribuição adicional de R$ 200 mil do deputado estadual Gil Diniz.
Esses recursos deveriam financiar a série “Heróis Nacionais”; entretanto, até o momento, o projeto não saiu do papel.
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