Esportes
por Marcela Guimarães
Publicado em 15/08/2025, às 14h53
O Corinthians enfrenta um momento delicado financeiramente. Desde a última terça-feira (12), o clube paulista está impedido de registrar novos jogadores por conta de um “transfer ban” imposto pela Fifa.
A situação é consequência de uma dívida com o Santos Laguna, do México, pela compra do zagueiro equatoriano Félix Torres.
A punição inicial pode se estender por até três janelas de transferência (incluindo a atual, que termina em setembro) ou ser suspensa antes, caso o Timão quite os 6,1 milhões de dólares (cerca de R$ 33,4 milhões na cotação atual) devidos.
Outra alternativa seria um acordo com a equipe mexicana, algo que ainda não ocorreu por parte da diretoria do Corinthians.
A advogada Renata Falcão, especialista em direito desportivo, explicou ao portal Terra que a situação pode piorar caso o pagamento não seja feito.
“O Corinthians pode perder pontos se, após uma decisão definitiva da Fifa ou do CAS, não pagar o que deve dentro do prazo. Se as dívidas não forem quitadas, a Fifa pode escalar a punição começando pela proibição de registrar atletas e evoluindo para perda de pontos, rebaixamento ou até exclusão de competições, conforme o Regulamento de Status e Transferências de Jogadores e o Código Disciplinar da Fifa”, pontuou.
Além da disputa com o Santos Laguna, o Corinthians responde a casos no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) envolvendo dívidas na contratação de Rodrigo Garro junto ao Talleres, da Argentina, e na rescisão de Matías Rojas, que passou pelo clube entre 2023 e 2024. Essas ações devem ter desfecho nas próximas semanas.
O futebol brasileiro também já registrou casos semelhantes. Em 2020, o Cruzeiro iniciou a Série B com menos seis pontos pela punição por dívida no empréstimo do volante Denilson, junto ao Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, ocorrida em 2016.
O negócio por Félix Torres foi fechado em janeiro de 2024, nos primeiros dias da gestão de Augusto Melo, por 6,5 milhões de dólares (cerca de R$ 35,1 milhões).
O Santos Laguna afirma ter recebido apenas a primeira parcela, de 2 milhões de dólares (R$ 10,8 milhões). A segunda, no valor de 4,5 milhões (R$ 24,3 milhões), venceu em maio e não foi paga, o que fez com que o clube mexicano acionasse a Fifa.
O Corinthians tentou reverter a decisão na Corte Arbitral do Esporte, mas teve o recurso negado. A determinação da Fifa inclui, além do valor principal, 675 mil dólares (R$ 3,7 milhões) em multas por atraso, 18% de juros anuais, o que representa mais 810 mil dólares (R$ 4,4 milhões) e uma multa adicional de 30 mil (R$ 165 mil).
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