Farinha Lima

Rei$ do gado - ou do INSS

Foto: Imagem feita com auxílio de IA
A Conafer, estrela entre deputados da Frente do Empreendedorismo Rural, agora é investigada por ajudar a desviar R$ 6,3 bilhões de aposentados  |   BNews SP - Divulgação Foto: Imagem feita com auxílio de IA
Farinha Lima

por Farinha Lima

Publicado em 04/06/2025, às 07h00



A Conafer, uma das entidades investigadas pela PF por descontos indevidos em benefícios do INSS, tem ligação direta com a Frente Parlamentar em Defesa do Empreendedorismo Rural, que reúne 212 deputados e senadores.

Durante o lançamento da frente, em 2024, a entidade teve protagonismo ao lado de parlamentares e representantes do governo. Agora, a Polícia Federal apura o papel da Conafer no esquema que desviou R$ 6,3 bilhões de aposentados entre 2019 e 2024.

A investigação reforça a conexão entre o lobby associativo e setores influentes do Congresso, já apontados na primeira fase da operação como beneficiários do esquema.

Foto: Imagem feita com IA

A fila anda, o rombo fica

Enquanto isso, a Polícia Federal já organiza o envio ao STF de parte da investigação sobre o bilionário esquema de fraudes no INSS. O motivo? A participação direta de deputados e senadores, numa bancada considerável que agora figura entre os suspeitos. O caso envolve descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas — dinheiro que, em vez de garantir dignidade na velhice, acabou financiando interesses nada republicanos. Mais uma vez, o Congresso vira protagonista em um roteiro que mistura privilégio e escândalo.

Congelou

Com a frente fria chegando e os termômetros despencando abaixo dos 10 °C, São Paulo precisou improvisar: abriu um abrigo solidário na estação Pedro II do metrô. O espaço recebeu moradores de rua — sim, aqueles que se multiplicam pelas calçadas enquanto o déficit habitacional é ignorado com elegância — com direito a cobertor, café, jantar e até ração para cachorros.

A medida é uma resposta emergencial diante do agravamento da vulnerabilidade social na capital, onde o número de pessoas vivendo nas ruas tem crescido ano após ano.

0,1%

A Visa acaba de liberar no Brasil o “Infinite Privilege”, um cartão exclusivo para aquele 0,1% da população que basicamente paga as contas com cifrões no bolso — ou melhor, com faturas que ultrapassam R$ 60 mil por mês.  Entre os mimos para os felizardos estão um “lifestyle manager” para cuidar do que você precisar, transporte VIP em helicóptero ou carro executivo até o aeroporto de Guarulhos, lounge exclusivo para quem enjoou da fila comum, e seguro viagem com cobertura milionária.  Mas calma, para entrar no clube dos super-ricos do cartão é só esperar o convite — e claro, ter conta em banco top. Afinal, exclusividade é tudo.

Tiro no pé

Rubinho Nunes (União Brasil) pode ter cavado a própria cova política ao divulgar um laudo falso contra Guilherme Boulos (PSOL). Condenado por uso indevido dos meios de comunicação, o vereador paulistano teve o mandato cassado em primeira instância e, ironicamente, pode acabar entregando sua cadeira na Câmara de São Paulo ao PT — justamente o partido que ele mais critica. Com a nulidade dos seus mais de 100 mil votos, a recontagem favorece Manoel Del Rio, suplente da federação PT/PCdoB/PV. Se a decisão for confirmada, Rubinho sairá de cena e o “perigoso comunismo” que ele tanto teme ganhará mais espaço. É o famoso: falou demais, perdeu a vaga.

Foto: Divulgação

Cadeira giratória

Geraldo Alckmin (PSB) pode estar prestes a fazer mais uma de suas tradicionais danças das cadeiras: sair da vice-presidência para, quem diria, tentar ser governador de São Paulo pela quinta vez. A ideia, segundo aliados de Lula, é abrir espaço na chapa presidencial para acomodar algum figurão do centrão e turbinar a reeleição do petista em 2026. Alckmin, que já foi do PSDB, virou socialista e agora pode se tornar o fiador de mais um arranjo pragmático à moda do Planalto.

Foto: Divulgação

La dolce vita

Condenada a dez anos de prisão por invadir sistemas do CNJ, a deputada Carla Zambelli (PL) decidiu trocar Brasília por Roma — ou pelo menos é o que diz. De passaporte italiano em mãos, declarou-se “intocável” e desafiou até a Interpol: “Pode colocar atrás de mim, eles não me tiram da Itália”. Segundo ela, só a Justiça italiana poderia prendê-la, e não o ministro Alexandre de Moraes. Enquanto isso, a fuga vira palanque e a crise institucional, roteiro de filme. Só falta agora um Aperol Spritz e uma trilha sonora de suspense.

Foto: Lula Marques/Agencia Brasil

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp