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Morte em Olinda: saiba quais são os equipamentos mais perigosos da academia

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Após a morte de um homem durante o supino em Olinda (PE), especialistas destacam os exercícios que exigem mais cautela na hora da execução  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 04/12/2025, às 15h52



A busca por treinos de musculação cresce cada vez mais, mas esse interesse também mostra um ponto pouco discutido.

Nem sempre a presença de profissionais eliminam completamente alguns riscos. A morte de Ronald José Salvador Montenegro, de 55 anos, em uma academia de Olinda (PE), é um trágico exemplo disso.

O homem sofreu um acidente fatal enquanto executava o supino reto com barra livre, quando o equipamento escorregou e atingiu seu tórax. Ele caiu após cerca de 10 segundos.

Homem morre em academia de Olinda (PE)
Homem morre em academia de Olinda (PE) (Foto: Reprodução)

Peso livre

Colunista do jornal O Globo e educador físico formado pela USP, Marcio Atalla explicou que grande parte dos acidentes em academias ocorre por dois principais fatores: movimentos mal executados e uso de cargas acima do que o corpo suporta.

“Para estar na academia é importante ter uma orientação que saiba executar o movimento e não exagerar na carga, isso é o básico. Praticamente 100% das lesões se dão por isso”, disse ele.

Marcio destaca que os equipamentos mais perigosos costumam ser justamente os de peso livre, como barras, halteres e anilhas, acessórios usados em exercícios como agachamento, levantamento olímpico e supino.

Por não serem guiados por trilhos ou estruturas fixas, exigem mais controle do praticante. “Os outros aparelhos, de peso ‘guiado’, que são fixos, tendem a oferecer uma segurança maior a quem está utilizando”.

Alerta para o uso de carga excessiva

No treino com peso livre, o praticante precisa ajustar manualmente a quantidade de kg. E é justamente nessa linha que mora o perigo.

Repetições que exigem esforço constante, às vezes feitas em séries longas, podem transformar um excesso de carga em risco real. Quanto maior a instabilidade, maior a chance de acidentes, principalmente para quem ainda não domina bem a técnica.

Outro ponto que o profissional critica é a popularização da ideia de “treinar até falhar”. A máxima, muito comum entre frequentadores de academia, incentiva o aluno a continuar até o limite extremo de exaustão.

“Sem dúvida nenhuma essa questão de fazer até a falha não é baseada em uma verdade. Você pode fazer até muito antes da falha e vai ter um resultado. Esse tipo de fala cria uma pressão para quem está apenas começando, podendo levar a casos como esse do acidente”, alertou o educador físico.

Responsabilidade no treino

Edson Ramos, professor de Educação Física da UERJ, destacou que tanto alunos quanto profissionais precisam ser conscientes ao definir a carga, principalmente para evitar episódios como o que aconteceu em Pernambuco.

“Esse acidente é um alerta para se ter mais cuidado. Não se pode colocar uma carga acima do que a pessoa suporta, não tem necessidade disso. O corpo humano não pode ser glamourizado, ele precisa ser respeitado, pois tem limites. O papel do profissional e professor é dizer que não precisa”, afirmou ele. Assista:

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