Polícia
Os dados de criminalidade em São Paulo revelam que a segurança na maior cidade do país varia drasticamente entre bairros, impactando diretamente a qualidade de vida e a sensação de proteção dos moradores.
Um levantamento do jornal Gazeta do Povo analisou 93 distritos policiais da capital paulista entre 2022 e 2024, considerando homicídios, latrocínios, roubos, furtos e assaltos. O bairro São Mateus, na Zona Leste, foi apontado como o mais violento da cidade.
O 49º Distrito Policial, que cobre a região, registrou:
32 homicídios, incluindo cinco latrocínios
1.342 roubos de veículos
1.847 furtos
5.848 assaltos
Outros bairros com alta criminalidade incluem Campo Limpo, Capão Redondo, Parque Santo Antônio, Jaraguá, Itaim Paulista e Jardim Míriam.
No outro extremo, o bairro Belém, na região da Mooca, teve números muito menores:
6 homicídios
Nenhum latrocínio
60 roubos de veículos
1.088 assaltos
382 furtos de veículos
Mesmo bairros com menor renda, como Jardim Robru, na Zona Leste, mostraram alto nível de segurança, superando regiões nobres como Jardins e Pinheiros, que registraram maior número de homicídios e assaltos por 100 mil habitantes.
Especialistas apontam que senso de comunidade e urbanização influenciam a segurança. A professora Loyde Abreu-Harbich, da Universidade Mackenzie, afirma:
"O sentimento de pertencimento ajuda a cuidar da segurança. Iluminação adequada, janelas voltadas para a rua e presença de pedestres também inibem a criminalidade."
Em contrapartida, áreas nobres com grande circulação de pessoas e veículos atraem criminosos em busca de oportunidades.
O tenente-coronel Luiz Fernando Aguiar alerta que em bairros dominados por facções criminosas, certos crimes como roubos e furtos podem ser menores nos registros oficiais, mas a criminalidade ainda está presente, apenas oculta das estatísticas.
São Paulo apresenta atualmente a menor taxa de homicídios entre as capitais, com 4,5 mortes por 100 mil habitantes em 2023 — mais de dez vezes menor que em 2001. No entanto, roubos e furtos permanecem elevados, com crescimento de 17% na última década, mantendo a sensação de insegurança.
O estudo mostra que renda ou fama do bairro não determinam a segurança. A proteção depende de fatores como urbanização, senso comunitário, presença de facções e policiamento. Por isso, ao escolher onde morar ou circular, é essencial confiar em dados concretos, que refletem a realidade local, e não apenas percepções superficiais.
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