Política
por Marcela Guimarães
Publicado em 17/07/2025, às 18h33
A Rua 25 de Março, conhecida por ser o maior centro de comércio popular do Brasil e da América Latina, vem chamando atenção na gringa.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, tendo como um dos focos a região central de São Paulo.
Na última terça-feira (15), o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) anunciou o início da investigação sob determinação do presidente estadunidense.
A ação se junta às outras recentes do governo americano contra o Brasil, como a tarifa de 50% em cima de produtos brasileiros, mencionada por Trump na mesma carta que veio antes do anúncio da investigação.
De acordo com o documento publicado pelo USTR, a 25 de Março é citada como um dos maiores polos de produtos falsificados do mundo há décadas.
“O Brasil adota uma série de atos, políticas e práticas que aparentemente negam proteção e aplicação adequadas e eficazes aos direitos de propriedade intelectual. Por exemplo, o país não conseguiu combater de forma eficaz a importação, distribuição, venda e uso generalizados de produtos falsificados, consoles de videogame modificados, dispositivos de streaming ilícitos e outros dispositivos de violação”, afirma o texto divulgado pelo governo americano.
A avaliação do USTR também destacou que o comércio ilegal na 25 de Março tem conexão com a ausência de medidas para punir os responsáveis por ele.
Não é a primeira vez que a região entra no radar do governo dos Estados Unidos. Em janeiro deste ano, outro relatório do próprio USTR já havia citado pontos críticos de pirataria na capital paulista, incluindo a 25 de Março e os bairros vizinhos de Santa Ifigênia e Brás.
Foram listados diversos locais específicos, como o Shopping 25 de Março, Galeria Page Centro, Galeria Santa Ifigênia, Shopping Tupan, Shopping Korai, Feira da Madrugada e Nova Feira da Madrugada. O relatório apontava que “há mais de mil lojas vendendo produtos falsificados de todos os tipos”.
Além disso, o documento afirma que os centros comerciais da região atuam como polos de distribuição desses itens para outras partes do país.
Ao g1, a Associação Representativa do Comércio da Região da 25 de Março (Univinco25) se posicionou sobre as acusações. Em nota, afirmou que representa mais de 3 mil estabelecimentos formais e seus produtos são majoritariamente importados da China, sem relação com os Estados Unidos.
“É importante destacar que, embora existam pontos isolados onde há comércio irregular, como pirataria em algumas galerias específicas, essas práticas são continuamente fiscalizadas e combatidas pelos órgãos públicos competentes. Esses casos não representam a imensa maioria dos lojistas da região, que atuam de forma legal e transparente”, informou a associação.
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