Política
Publicado em 16/05/2025, às 17h28 Redação
Fernando José Sarney, o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi nomeado interventor da entidade após decisão do TJ-RJ, que afastou o atual presidente Ednaldo Rodrigues da função.
Nascido em São Luís, Maranhão, tem atualmente 70 anos. Ele é filho do ex-presidente da República e do Senado, José Sarney (PMDB), e de Marly Sarney. Em 1978, concluiu a graduação em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Sua trajetória na CBF teve início em 1998, quando foi nomeado diretor de Relações Governamentais. Com o tempo, destacou-se por sua atuação diplomática e, em 2015, foi indicado por Marco Polo Del Nero para integrar o Comitê Executivo da FIFA, ocupando a vaga deixada após a renúncia do próprio Del Nero.
Fernando Sarney enfrentou diversas investigações da Polícia Federal. Em uma delas, foi indiciado por evasão de divisas em razão da existência de uma conta bancária na China, descoberta após ele se recusar a responder perguntas durante um depoimento prestado em São Paulo.
Em outro processo, relacionado à Operação Faktor (anteriormente conhecida como Operação Boi Barrica), ele foi acusado de crimes como formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão irregular de instituição financeira e falsidade ideológica. As suspeitas envolviam movimentações não declaradas durante a campanha eleitoral de sua irmã, Roseana Sarney, ao governo do Maranhão em 2006. Fernando negou todas as acusações.
No ano de 2009, o jornal O Estado de S. Paulo publicou informações obtidas por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Sarney acionou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) para tentar impedir a divulgação do conteúdo. Após anos de disputas judiciais, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, rejeitou em 2018 um recurso do jornal, mas em 2019 o juiz Atalá Correia, da 12ª Vara Cível de Brasília, declarou improcedente a ação movida por Sarney, encerrando o processo.
Durante sua longa permanência na CBF, Fernando Sarney participou de diversas gestões, incluindo as lideradas por Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Rogério Caboclo, além de Marco Polo Del Nero e Ednaldo Rodrigues.
Em um episódio recente, Sarney esteve entre os signatários de um acordo validado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legalidade da eleição de Ednaldo Rodrigues para a presidência da CBF. No entanto, posteriormente ele se somou às vozes que colocaram em dúvida a autenticidade da assinatura do coronel Nunes no documento.
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