Política
O presidente do conselho da Vitacon, Alexandre Frankel, esteve na Câmara Municipal de São Paulo nesta terça-feira (21), mas deixou a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) antes de prestar depoimento.
O empresário afirmou ter um compromisso previamente agendado e solicitou o reagendamento de sua oitiva. A comissão apura possíveis irregularidades em programas habitacionais da Prefeitura de São Paulo.
O pedido foi aprovado pelos membros da CPI, permitindo que Frankel compareça em uma nova data. Essa é a terceira vez que o executivo adia seu depoimento. Nas ocasiões anteriores, ele também alegou imprevistos e comunicou a ausência por e-mail.
Nos bastidores, a Vitacon é apontada como uma das construtoras investigadas por supostas fraudes na venda de empreendimentos destinados à habitação social.
Na saída da Câmara, o portal Metrópoles questionou Frankel sobre o motivo da saída antecipada, já que a data do depoimento havia sido sugerida por ele mesmo. O empresário respondeu que a definição do calendário cabe à comissão e pediu que as perguntas fossem encaminhadas à assessoria da Vitacon.
Acompanhado de seu advogado, ele reforçou que estava disposto a prestar esclarecimentos futuramente. “Tenho um compromisso importante hoje, mas estou aberto a falar em outro momento”, afirmou, segundo o Metrópoles.
Além de liderar o conselho da Vitacon, Frankel é também CEO da Housi, startup que administra apartamentos de curta temporada e oferece serviços de decoração e gestão para investidores. Em materiais promocionais, a empresa se apresenta como uma solução completa: “Nós cuidamos de tudo, da mobília ao inquilino”, diz um vídeo institucional.
A oferta desses serviços para imóveis de habitação social levantou dúvidas na CPI. Proprietários relataram ter alugado unidades classificadas como HIS e HMP por meio da Housi, prática proibida por lei.
Em comunicado, a Housi afirmou que não opera mais imóveis desse tipo em suas plataformas, “em razão de restrições legais aplicáveis”, e reforçou seu compromisso com a conformidade e a transparência.
Além da CPI, o Ministério Público de São Paulo e a própria Prefeitura investigam construtoras suspeitas de burlar regras da política de habitação social. Segundo as autoridades, as apurações seguem em andamento para identificar possíveis responsabilidades e eventuais sanções.
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