Política

Moradores temem perder casas com nova linha do Metrô em Pinheiros

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Sem aviso oficial, moradores de vila em Pinheiros vivem incerteza diante da possível desapropriação por conta da Linha 20-Rosa do Metrô.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Rovena Rosa/Agência Brasil
Fernanda Montanha

por Fernanda Montanha

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Publicado em 03/07/2025, às 06h30



Moradores de uma vila residencial localizada na rua Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, estão apreensivos diante da possibilidade de perderem suas casas por conta das obras da futura Linha 20-Rosa do Metrô. Apesar do medo, até o momento, nenhum morador foi notificado oficialmente pelo Metrô sobre eventuais desapropriações.

A vila, que abriga residências desde a década de 1940, pode ser impactada pela implantação da linha que ligará a região da Lapa ao ABC Paulista. Em maio, os primeiros sinais de risco surgiram quando escritórios de advocacia começaram a procurar os moradores oferecendo assessoria jurídica para ações de indenização — o que levantou o alerta na comunidade.

Foi o advogado Gabriel Meller, de 45 anos, morador da vila desde a infância, quem descobriu uma resolução estadual publicada em março de 2025. O documento da Secretaria de Parcerias e Investimentos classificava 680 imóveis como de utilidade pública para fins de desapropriação, servidão ou uso temporário, entre a Avenida Santa Marina (Lapa) e a Avenida Abraão de Morais (Cursino, zona sul).

Entre os locais citados no trajeto da nova linha está a futura estação Teodoro Sampaio, que, segundo os moradores, colocaria em risco duas vilas residenciais, casas ao redor e até um centro de capacitação profissional do Rotary Club, ativo desde 1978.

Gabriel Meller, que vive na mesma casa desde 1981, destaca para o portal Uol que seu vínculo com o local vai além do valor material. "O que está em jogo é a preservação do modo de vida, de um urbanismo mais humano, menos verticalizado e sufocado pelo concreto", afirma. Na vila onde ele mora com as filhas, ao menos 12 imóveis estariam ameaçados. A vizinhança, formada por famílias de gerações, mantém laços estreitos e um cotidiano marcado pela convivência próxima, algo cada vez mais raro em grandes centros urbanos.

Apesar da incerteza, os moradores esperam conseguir manter suas casas e seu estilo de vida intactos, enquanto aguardam esclarecimentos oficiais.

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