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Publicado em 10/11/2025, às 21h27 Foto: Divulgação/Prime Video Marcela Guimarães
A chegada de “Tremembé” ao catálogo do Prime Video trouxe de volta alguns assuntos polêmicos envolvendo a “prisão dos famosos”. A série tem como foco o dia a dia no presídio.
O presídio ganhou fama nacional por abrigar nomes envolvidos em crimes de grande repercussão, como Suzane von Richthofen, os irmãos Cravinhos, o casal Nardoni, Elize Matsunaga e Roger Abdelmassih.
Será que, mesmo com tantas questões envolvidas, é possível reinserir autores de crimes considerados bárbaros na sociedade?
A discussão esteve no foco da entrevista concedida ao Aventuras na História por Anselmo Vasconcelos, que vive Roger Abdelmassih, Ullisses Campbell, autor dos livros que inspiraram a história e Vera Egito, diretora de “Tremembé”.
Vale lembrar que muitos dos casos retratados na série tiveram desfechos diferentes na vida real. Alguns presos continuam detidos, outros já conseguiram o regime semiaberto ou aberto.
Anselmo Vasconcelos iniciou destacando a dimensão do problema.
“A gente precisava de muito tempo para debater isso, porque essa é a grande questão. Se eu tivesse outra vida, eu queria me dedicar a isso. Aliás, eu me dedico um pouco, eu participo de um programa da APAC […]. A prisão não é uma solução. A prisão é um agravamento de uma condição humana já no extremo. […] A vida dentro da prisão não é sobrevivência. É um castigo internal”.
Em seguida, Ullisses Campbell reforçou o foco narrativo da produção.
“A gente bate nessa tecla de que a gente mostra como é o convívio, os conchavos, a disputa de poder, mas a série também mostra de uma forma muito clara o que está todo mundo ali na mesma página com o mesmo desejo que é sair da cadeia. […] A série traz isso: o que é preciso ser feito para conquistar a porta da rua”.
Fechando a conversa, Vera Egito destacou o dilema ético que ronda Tremembé.
“É complexo mesmo. Também é um presídio de crimes bárbaros. Então, você tem ali pessoas que assassinaram crianças, que estupraram mais de 30 pessoas, pedófilos […]. É possível alguém como o Cristian se recuperar? Eu não tenho essa resposta”.
Abordando a ressocialização, a diretora ressaltou que crimes desse tipo costumam ser vistos como imperdoáveis e irrecuperáveis pelo público.
“A série não vai questionar se essas pessoas deveriam estar lá ou não, porque elas estão e essa é a determinação da Justiça. A gente traz o quê? A humanidade dessas pessoas lá dentro. O que acontece lá dentro? Como é que ama? Como é que se apaixona? Como é que passa a perna no outro? Esse é o nosso debate. A vida pós-crime no cárcere”.
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