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Risco de demência sobe 33% com uso desses medicamentos comuns, diz pesquisa

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Estudo liga uso prolongado de alguns remédios a aumento de 33% no risco de demência após mais de 4,4 anos de consumo contínuo  |   BNews SP - Divulgação Foto: Freepik
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 03/06/2025, às 11h42



Um estudo publicado na revista Neurology identificou uma possível conexão entre o uso prolongado de remédios mais comuns do que você imagina e um risco maior de desenvolver demência.

A pesquisa apontou que os Inibidores de Bomba de Prótons (IBP), medicamentos geralmente utilizados no tratamento de problemas gástricos, podem estar associados a doenças cerebrais degenerativas quando consumidos por um longo período.

Segundo a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), esses remédios são comercializados no Brasil com nomes comerciais como omeprazol, pantoprazol, rebeprazol, esomeprazol e dexlansoprazol.

Eles são mais indicados para tratar condições que envolvem a produção excessiva de ácido no estômago, como refluxo, gastrite crônica, esofagite, gastrinomas e úlceras no sistema digestivo.

Além da nova preocupação em relação à demência, o uso contínuo desses remédios já havia sido relacionado anteriormente a riscos de infarto, doenças ósseas e problemas renais crônicos; isso se dá pela forma como atuam no organismo, inibindo uma função natural das células, a bomba de prótons.

A pesquisa, realizada por cientistas dos Estados Unidos, acompanhou 5.700 pacientes ao longo de 4 anos e meio. Os dados revelaram que o uso contínuo de medicamentos IBP por mais de 4,4 anos está associado a um aumento de 33% no risco de desenvolvimento de demência.

Apesar da descoberta, os pesquisadores ainda não sabem o verdadeiro motivo dessa associação.

Segundo Kamakshi Lakshminarayan, professora da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, “mais pesquisas são necessárias para confirmar os achados e explorar as razões para a correlação entre o uso de inibidores de bomba de prótons a longo prazo e o aumento do risco de demência”.

O estudo também apontou que não houve aumento de risco entre pessoas que utilizaram os medicamentos por períodos inferiores a 4,4 anos.

Tratamentos alternativos

Lakshminarayan afirma que existem outras formas de tratar problemas causados pela acidez estomacal, embora possam não entregar resultados iguais para todos os pacientes: “Como tomar antiácidos, manter um peso saudável, evitar comer muito tarde e algumas comidas, essas abordagens podem não funcionar”.

Ela também faz um alerta importante para que os pacientes não interrompam o uso dos IBPs por conta própria. “Parar abruptamente de tomar os medicamentos pode causar uma piora dos sintomas”, destaca a professora.

A recomendação dos especialistas é clara: quem faz uso contínuo desses remédios deve conversar diretamente com um médico. Só um profissional pode orientar sobre a necessidade de manter ou ajustar o tratamento e repassar alternativas mais seguras para cada caso.

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