Farinha Lima
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por Farinha Lima
Publicado em 22/10/2025, às 07h00
O status do dono do BTG atualmente na Faria Lima é o de um verdadeiro imperador romano. Nenhum passo, nenhum movimento, nenhuma pedra fundamental é lançada sem que o banqueiro André Esteves seja consultado ou, ao menos, receba uma simples ligação comentando o assunto.
Tido como um Midas do século 21, a força e a autoridade que conquistou em Brasília e na Faria Lima o elevaram a um patamar em que até mesmo o mais xiita dos limers se rendeu ao jovem. Ave, Esteves.
A maré virou e a Faria Lima, que até outro dia torcia o nariz para o governo, agora já faz contas de um Lula eleito no primeiro turno, talvez até com brinde no rooftop.
A conversa por lá é que o presidente encontrou na tal “soberania nacional” um bom remédio para a crise com os Estados Unidos, e os investidores, que adoram estabilidade, parecem ter engolido o discurso com gosto.
De quebra, Lula resolveu rezar junto com líderes evangélicos e acenou com a indicação de Jorge Messias ao STF, roubando o monopólio da fé que antes era de Bolsonaro.
Do outro lado, a direita segue em frangalhos, com Tarcísio desanimado, Ratinho Júnior flertando com o Centrão e Eduardo Bolsonaro brigando com meio mundo.
Depois de surfar a maré positiva na Faria Lima e ganhar pontos com investidores e evangélicos, Lula aproveitou o momento para cutucar o mercado e voltou a falar em universalizar o Pé-de-Meia.
“É difícil, a Faria Lima vai reclamar [...]”, disse o presidente, deixando claro que, para ele, os chiados não devem atrapalhar os planos.
O presidente escolheu São Bernardo do Campo, seu quintal político, para prometer que nenhum jovem vai largar o ensino médio por falta de dinheiro, mesmo que o Tesouro tenha de abrir a carteira em mais R$ 5 bilhões.
A plateia aplaudiu, os economistas suspiraram e a planilha da Faria Lima ganhou mais uma dor de cabeça.
Um joalheiro de luxo acionou a Justiça contra uma socialite que, segundo ele, ficou com 11 joias sem pagar, em um prejuízo que ultrapassa R$ 40 milhões. A cliente garante que quitou tudo, mas a disputa envolve viagens internacionais, notas fiscais e uma relação comercial antiga com cerca de 200 transações.
A situação teria piorado em 2024, quando um lote não pago se somou a uma nova encomenda, e, depois de notificações ignoradas, o joalheiro resolveu formalizar o processo.
Nos bastidores, a defesa da socialite questiona a emissão das notas, transformando o romance com diamantes em um impasse milionário.
Tomar café da manhã em São Paulo virou exercício de malabarismo financeiro, e o Procon mostra que a diferença entre cidades pode chegar a 540%.
Um simples café coado na capital custa 151% mais que em cidades do interior e o pão de queijo não fica muito atrás com 118% de variação.
O pão brioche é praticamente artigo de luxo, oscilando de R$ 12,40 na zona oeste a R$ 18,43 na norte, enquanto o pão francês se mantém quase comportado. Até o combo básico de pão com manteiga e café tem suas trapalhadas, variando 27%, e o sanduíche Bauru com suco de laranja subiu 32% em relação ao ano passado. Quem pensou em um café econômico, melhor preparar o bolso.
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