Política

Anistia para Bolsonaro? Entenda o que significa o termo na política

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Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divide o Brasil na discussão sobre a chance de receber anistia, assim como os envolvidos nos atos de 8 de janeiro  |   BNews SP - Divulgação Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 14/09/2025, às 09h58



Preso em regime domiciliar e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divide o país na discussão sobre a possibilidade de receber anistia.

Em análise no Congresso Nacional, isso prevê o perdão não apenas a ele, mas a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

O que significa anistia política?

A anistia é uma medida prevista no Código Penal Brasileiro que extingue o caráter punitivo de crimes cometidos por um grupo de pessoas, geralmente no campo político.

Diferente de uma simples redução de pena, a anistia apaga totalmente o crime do histórico do condenado, sem gerar antecedentes ou contar para reincidência. Caso o indivíduo esteja preso, ele é liberado.

Para que a anistia seja concedida, é preciso que um projeto de lei (PL) seja aprovado pelo Congresso Nacional. Por se tratar de lei ordinária, basta ter a maioria simples dos votos.

É importante ressaltar que a anistia não se aplica a um único indivíduo, mas sempre a um coletivo.

Um exemplo histórico foi a Lei de Anistia (nº 6.683, de 28 de agosto de 1979), sancionada por João Figueiredo, que concedeu perdão a crimes políticos e de motivação política.

Ato do ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista em junho de 2025
Ato de Bolsonaro na Avenida Paulista em junho de 2025 (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Limites e riscos

Na prática, quem julga e condena é o Poder Judiciário. Com a percepção de perseguição ou punições excessivas, o Legislativo pode conceder anistia, assim como o presidente da República pode oferecer graça ou indulto, servindo como um instrumento de equilíbrio entre os Poderes.

Por outro lado, especialistas alertam que a medida deve ser usada apenas em situações excepcionais. Se acabar sendo banalizada, pode estimular a prática de novos crimes, já que a punição deixaria de ter efeito.

Sem anistia, enfim, todos os envolvidos continuam sujeitos às condenações previstas em lei, segundo informações do Valor Econômico.

Pesquisa atualizada

De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada no último sábado (13), 54% dos brasileiros se opõem ao perdão a Jair Bolsonaro, 39% apoiam a medida, 2% se dizem indiferentes e 4% não souberam responder.

Já no caso dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, a maioria da população rejeita a medida — 61% são contra, enquanto 33% se dizem favoráveis.

O levantamento ouviu 2.005 pessoas em 113 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Classificação Indicativa: Livre

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