Farinha Lima

Baianinho bolo doido

Da elite baiana às alianças paulistanas, passando por fundos suspeitos e apagões nacionais — a semana foi de fogo cruzado entre empresários, políticos e eletricistas  |  Foto: Imagem feita por IA

Publicado em 15/10/2025, às 07h00   Foto: Imagem feita por IA   Farinha Lima

Um famoso empresário baiano, baixinho e roliço, anda aprontando poucas e boas na capital paulista. Habitué do badalado barzinho Espírito Santo, o baixinho tem se envolvido com obras na capital e licitações pelo interior. Pelo andar do Porsche — ops, da carruagem —, a coisa vai cheirar a betume.

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Fundo perdido

O PCC parece ter descoberto um novo tipo de investimento: fundos de lavagem. Segundo o Ministério Público de São Paulo, a Reag Investimentos, uma das maiores gestoras do país, ajudou a montar estruturas financeiras usadas pela facção para esconder dinheiro sujo.

O esquema, revelado pela Operação Carbono Oculto, incluía aquisições milionárias, como a compra da Usina Itajobi, tudo com aparência de investimento formal e muito compliance no papel.

O “epicentro” das operações seria Mohamad Houssein Mourad, o Primo, operador financeiro do PCC e atualmente foragido. Executivos da Reag também teriam assinado documentos e participado de transações “absolutamente imprescindíveis” para o esquema.

A gestora, claro, negou tudo e disse que apenas cumpria as leis — o velho “foi só no CNPJ, doutor”.

Amor e ódio fiscal

Fernando Haddad jurou que vai continuar ajudando São Paulo, mesmo depois de Tarcísio de Freitas ter trabalhado contra a MP que evitaria o aumento do IOF.

O ministro acusou o governador de agir “em detrimento dos interesses nacionais” para proteger a turma da Faria Lima, mas garantiu que o governo federal não vai “prejudicar o estado”.

Tarcísio respondeu dizendo que o povo não aguenta mais impostos e que o Planalto precisa ser responsável fiscalmente. No fim, a MP caiu no Congresso com 251 votos a favor e 193 contrários. Em Brasília, o recado foi claro: enquanto um fala em responsabilidade, o outro tenta responsabilizar.

Amor bandido

Parece que o romantismo anda em alta, pelo menos entre os ladrões de São Paulo. A cidade registrou uma aliança roubada a cada duas horas entre janeiro e agosto, somando 2.847 casos, um aumento de 72,9% em relação ao ano passado. E os assaltos acontecem em plena luz do dia, com destaque para a manhã, o novo horário nobre do crime.

Na Vila Romana, um falso entregador abordou um casal e pediu apenas as alianças, ignorando celular e bolsa. Já na Vila Guarani, outro casal perdeu as joias em dez segundos. Enquanto isso, a SSP afirma que o policiamento foi reforçado e que os roubos, no geral, estão caindo. Só esqueceram de avisar as alianças.

No escuro

Um incêndio em um reator no Paraná fez o Brasil todo piscar, literalmente. O apagão da madrugada desta terça-feira (14) atingiu oito estados e deixou mais de 1,6 milhão de imóveis sem energia em São Paulo.

A culpa, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), foi do tal Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), nome bonito para o velho “puxar da tomada” automático.

A Enel garantiu que tudo voltou ao normal em apenas oito minutos, o que é menos tempo que o de um café passado. O incêndio começou na Subestação de Bateias, no Paraná, e derrubou 10.000 MW, afetando todas as regiões do país. 

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